28 de outubro de 2008

Recomeço

O corpo de Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, foi enterrado na manhã de terça (21/10) no Cemitério Jardim Santo André, no Grande ABC. O cortejo foi acompanhado por pelo menos 12 mil pessoas, segundo informações da Guarda Civil Municipal. Eloá foi morta após ser mantida refém por mais de 100 horas pelo ex-namorado, Lindemberg Alves, de 22 anos, que está preso na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo.

O cortejo saiu às 9 horas e foi aplaudido pela multidão que acompanhava a cerimônia de sepultamento. A cerimônia durou até as 9h24, quando os familiares começaram a retornar à sala do velório, onde permaneciam até as 10 horas. Os familiares e amigos próximos da adolescente seguiram ao lado do corpo protegidos por um cordão de agentes da GCM até o jazigo. A mãe, amparada por uma enfermeira do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e os familiares jogaram rosas em cima do caixão no momento do enterro.

Doação de orgãos

Após morte cerebral a família de Eloá decidi doar os órgãos. A primeira a receber um dos órgãos doados foi Maria Augusta Silva dos Anjos, de 39 anos. Ela chegou a São Paulo 10 meses, vinda de Belém, em busca de um coração novo. No dia do seu aniversário (20), Maria Augusta, realizou o sonho de receber o novo órgão no Hospital Beneficência Portuguesa, no Centro da capital paulista. Segundo Jeanne Rodrigues, 26 anos, sobrinha de Maria Augusta, a paciente estava com outras pacientes do hospital, esperando dar meia-noite para comemorar o aniversário, quando recebeu uma ligação do Instituto do Coração (Incor) informando sobre o transplante. “Ela não falava nada. Ficou emocionada e largou o telefone no chão. Ninguém entendeu nada”, contou a jovem. O transplante começou por volta das 5h da manhã e durou três horas. “Ela passa bem e, quando descobriu que era o coração de eloá, prometeu visitar o túmulo da jovem e seus familiares para agradecer pessoalmente o gesto de solidariedade”, disse Jeanne, emocionada.

No início da tarde (20), uma jovem de 18 anos recebeu os pulmões de Eloá no Incor. Os dois órgãos foram transplantados de uma só vez e a cirurgia durou quase 12 horas. A paciente estava na fila de espera havia dois anos e corria risco de morte por causa da doença, que comprometia seriamente a função respiratória. O quadro da paciente é estável.Também na tarde de segunda (20), um homem de 25 anos recebeu o pâncreas e um dos rins no Hospital Beneficência Portuguesa. E uma menina de 12 anos foi beneficiada com o fígado. As córneas foram armazenadas e ainda não se sabe para quem serão doadas, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

Fonte: www.jornaldocorreiobraziliense.com.br

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