23 de março de 2011

ALEATÓRIO

Todos, ou a maioria de nós, temos esse sonho de ser rico, ganhar uma nota por mês e tudo mais. Eu tenho esse sonho, eu pensava assim. Até meu 3o ano de faculdade eu tinha tudo planejado: ia me formar, trampar numa multinacional, ganhar horrores, viver pro trabalho e chegar em casa à noite e tudo perfeito, mulher cheirosinha em casa me esperando, janta na mesa, filhos bem educados com as lições de casa feitas, empregados me servindo, 3 carros na garagem, piscina pra eu poder relaxar, essas coisas que todos sonhamos.

Um dia, no meio da aula, tive um estalo. A maioria dos meus professores, por menos que isso, não tinham uma vida em família. Viviam dentro daquela UEM, manhã e tarde com projetos e pesquisas e à noite dando aula. E eu comecei a me questionar: Pra quê? O que vai adiantar eu me matar de trabalhar e ter uma família desestruturada, filhos com valores invertidos, que vivem de troca, que só pensem no material, ter uma mulher superficial, que eu consiga comprá-la com um brilhante ou um carro novo. Foi nesse período que eu decidi o que eu queria pra minha vida. Nada na vida poderia ser mais importante do que a qualidade da minha vida. O dinheiro ajuda no conforto, não na qualidade. Eu vi que precisava ter uma mulher companheira, que caminhasse junto comigo, que sonhasse junto comigo, preciso ter filhos que estejam preparados sim, mas não se baseiem em trocas, mas que sejam humanos, pensadores e que tenham valores. Mesmo se eu fosse o Bill Gates meu filho não teria um Camaro com 18 anos. Estou vivendo aquilo que o SER é bem maior que o TER. 

Decidi viver. Com outro foco, com outro pensamento. Percebi que se eu não sou feliz no caminho para o objetivo, eu não serei feliz quando alcançá-lo. Decidi casar, mesmo estando no 4o ano da faculdade e muitos me achando um louco. Decidi viver a minha vida, sair do casulo que era a casa dos meus pais, onde eu não me preocupava com contas, nem com o que iria comer. O armário e a geladeira parecia que produziam os alimentos, pois eu nunca precisei ir ao mercado fazer uma compra. Minhas roupas simplesmente apareciam limpas, passadas e dobradas na minha gaveta. Era magnífico. Eu tinha o meu quarto, o meu reino, onde eu tinha um computador, uma TV e fórmulas de termodinâmica coladas na parede. E sempre fui louco para sair desse "reino", sempre quis morar sozinho, desde os meus 12 anos de idade. E consegui, morei por ~9 meses sozinho, antes de casar, mas nos finais de semana estava na casa dos meus pais. Vi que ser ïndependente" (coisa que nunca seremos, na totalidade, pois sempre dependemos de alguém) custava muito e trazia muita responsabilidade. Quando morava com meus pais eu tinha tempo livre, tempo de ficar sem fazer nada, mesmo sempre parecendo que eu não tinha tempo. Hoje eu vejo como eu tinha tempo e amanhã verei como eu tenho tempo hoje, mesmo parecendo que não tenho o suficiente. 

Mas esta é a minha história, foi o que eu decidi viver. E não me arrependo de nada do que fiz, creio que tudo ocorreu no tempo certo e que Deus sempre esteve comigo, como ainda está. A vida não é engessada, não tem como fazermos planos inflexíveis, nossa vida tem que ser flexível. Temos que saber quando avançar e quando recuar, quando agir e quando observar, temos que ter esse feeling. O barato da vida é isso, é viver quando tudo está bem e quando tudo está mal. ESTAR é diferente de SER. ESTAR é um momento. E a nossa vida é feita de momentos. E devemos aproveitá-los, desfrutá-los e aprendermos com eles. Isto traz crescimento como pessoa e é isso que eu busco. Tenho por base três coisas: princípios corretos, disposição e obediência.

Isto são fatos ocorridos comigo, não na ordem cronológica, necessariamente. Isto é referente à minha vida. Não estou colocando como certas ou erradas as decisões que tomei. Simplesmente tomei. 

Wellington L. Zaguine
Revolution Leader






[Atualizado]
Um vídeo que vi agora a tarde que tem alguma coisa a ver com que o que eu escrevi hoje.

Nenhum comentário: