11 de maio de 2011

História de um ateu

Por Max Lucado

"A fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo." (Rm 10.17). Então a escute.

Jack escutou.

Começamos com a história de um ateu. Podemos concluir com o relato de outro? Jack assumiu a primeira metade de sua vida com um incidente que aconteceu em sua adolescência. Ele chegou à Oxford University em Oxford, Inglaterra, antevendo seu primeiro lampejo do "grupo fabuloso de vértices e torres". No entanto, enquanto andava, não viu nenhum sinal dos grandes campi. Só quando se virou que perceber que na verdade estava se afastando das escolas, andando na direção errada. Mais de trinta anos depois ele escreveu: “Não percebi até que ponto essa pequena aventura era uma alegoria de toda a minha vida.”

Ele era um militante ateu, devotado a sua determinação de que Deus não existia, pois nenhum Deus poderia suportar o desastre que chamamos de existência humana. Ele resumiu a sua visão de mundo com um verso de Lucrécio:

Se Deus tivesse projetado o mundo, não seria
Um mundo tão frágil e imperfeito como o vemos.

Dispensando Deus, ele virou sua atenção à academia, se destacando em cada campus que estudava. Rapidamente os membros graduados de Oxford o tomaram como um colega respeitado e ele começou a ensinar e a escrever. Entretanto, não muito debaixo da superfície, suas dúvidas estacam cobrando o seu preço. Ele descreveu seu estado mental com palavras como terrorismo objeto, aflição e falta de esperança. Ele era zangado e pessimista, preso em um furacão de contradições. “Eu sustentava que Deus não existia. Eu também estava com raiva de Deus por ele não existir.” Jack teria concordado com a avaliação de Woody Allen da vida: que todos os trens vão para o mesmo lugar... para o lixo. Ele poderia ter passado os seus dias andando na direção da escuridão, exceto por dois fatores.

Alguns de seus amigos mais próximos, também graduados em Oxford, rejeitaram sua visão materialista e passaram a seguir a Deus e a buscar a Cristo. Primeiro ele pensou que a conversão deles não fazia sentido e não tinha medo de ser “arrastado”. Então ele conheceu outros professores que admirava, professores de gabarito como J. R. R. Tolkien e H. V. V. Dyson. Ambos criam devotadamente e insistiram para que Jack fizesse uma coisa que, surpreendentemente, ele nunca tinha feito. Ler a Bíblia. E ele o fez.

Enquanto lia o Novo Testamento, ele ficou admirado com sua figura principal: Jesus Cristo. Jack tinha dispensado Jesus como filósofo hebreu, um grande mestre moral. Mas, enquanto lia, Jack começou a lutar com as alegações que essa pessoa fazia: se chamar de Deus e oferecer perdoar as pessoas por seus pecados. Jesus, Jack concluiu, ou estava iludido, ou era enganoso, ou era exatamente quem alegava ser, o Filho de Deus.

Na noite de 19 de setembro de 1931, Jack e seus dois colegas, Tolkien e Dyson, fizeram uma caminhada pelas árvores e trilhas do campus de Oxford – uma caminhada a Emaús, por assim dizer. Pois, enquanto caminhavam, davam nova feição às alegações de Cristo e ao sentido da vida. conversavam até tarde da noite. Jack, C. S. “Jack” Lewis, mais tarde se lembraria de uma rajada de vento que fez as primeiras folhas caírem – uma brisa repentina, que possivelmente veio simbolizar, para ele, o Espírito Santo. Pouco depois daquela noite ele passou a crer. Ele “passou a saber o que realmente é a vida e o que teria sido perdido se ele não entendesse”. A mudança revolucionou seu mundo e, consequentemente, os mundos de milhões de leitores.

O que levou C. S. Lewis, um ateu talentoso, brilhante, linha dura, a seguir Cristo? Simples. Ele tocou o corpo de Cisto, seus seguidores, e, em sintonia com sua história, as Escrituras.

Pode ser simples assim? Pode o abismo entre a dúvida e a fé ser transposto com as Escrituras e a comunhão? Descubra por si mesmo. Da próxima vez que as sombras vierem, imerja-se nas histórias antigas de Moisés, nas preces de Davi, nos testemunhos dos evangelhos e nas epístolas de Paulo. Reúna-se com outras pessoas que buscam e faça caminhadas diárias a Emaús. E, se um gentil estranho se juntar a vocês no caminho com sábios ensinamentos... considere a possibilidade de convidá-lo para jantar.

Extraído de LUCADO, Max - Sem medo de viver: redescobrindo uma vida de tranquilidade e paz interior; tradução de Bárbara Coutinho e Leonardo Barroso - Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2009. Pág: 133-135

Wellington L. Zaguine
Revo Leader

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