20 de janeiro de 2013

AOS POUCOS, A VERDADE APARECE...

|20 DE JANEIRO|

A TEOLOGIA, ao mesmo tempo que diz que uma revelação especial foi concedida aos cristãos (e antes deles aos judeus), também diz que alguma revelação divina foi concedida a todo ser humano. A luz divina, foi o que nos disseram, "ilumina todo e qualquer ser humano". Devemos, portanto, esperar encontrar na imaginação de grandes professores pagãos e inventores de mitos algum vislumbre desse tema que acreditamos ser a própria trama de toda uma história cósmica - o tema da encarnação, da morte e do renascimento. E as diferenças entre os "Cristos" pagãos (Balder, Osiris, etc.) e o próprio Cristo não são nenhuma novidade. Todas as histórias pagãs falam de alguém que morre e ressuscita - ou todos os anos, ou em um momento e em um local que ninguém sabe. A história cristã trata de um personagem histórico, cuja exceção se situa num momento preciso da história, sob um renomado magistrado romano, e com quem a sociedade por ele fundada se relaciona até os dias de hoje. Não se trata da diferença entre a falsidade e a verdade. Trata-se da diferença entre um fato real e os sonhos ou premonições sobre este mesmo fato. É como observar que algo vai ganhando nitidez e foco aos poucos. Primeiro, a coisa parece pairar solta em meio à neblina do mito e do ritual, vasta e vaga, para depois se condensar, e se concretizar, reduzindo-se, de certa forma, a um evento histórico ocorrido na Palestina no primeiro século.

[C. S. Lewis]
- de The Weight of Glory [Peso de Glória]

Nenhum comentário: