26 de abril de 2013

PARTE DO CORPO MÍSTICO

|26 DE ABRIL|

A IGREJA sobreviverá ao universo; nela a pessoa individual sobreviverá ao universo. Tudo o que estiver ligado à cabeça imortal compartilhará a sua imortalidade. Ouvimos pouco sobre isso nos púlpitos cristão atuais. [...] Se nós não acreditarmos nisso, vamos ser honestos e relegar a fé cristã aos museus. Se acreditarmos, vamos desistir da pretensão de que isso não faz diferença, pois essa é a verdadeira reposta a todo o questionamento feito pela coletividade. O universo é mortal; nós viveremos para sempre. Virá um tempo em que toda cultura, instituição, nação, raça humana e vida biológica serão extintas, mas cada um de nós continuará vivo. A imortalidade foi prometida para nós e não para tais generalidade. Não foi para sociedades ou estados que Cristo morreu, mas para o homem. Nesse sentido, para os coletivistas seculares, o cristianismo parece envolver um clamor frenético pela individualidade. Porém, não é o indivíduo em si que compartilhará a vitória de Cristo sobre a morte. Vamos compartilhar a vitória estando no vitorioso. Uma rejeição, ou, utilizando a forte linguagem das Escrituras, uma crucificação do eu natural, é o passaporte para a vida eterna. Nada que não tenha morrido será ressuscitado. [...] Aqui está a ambiguidade enlouquecedora da fé, como ela deve parecer para os de fora. De forma impecável, ela bate de frente com nosso individualismo natural. Por outro lado, devolve para aqueles que abandonam o individualismo a posse eterna do seu ser pessoal, até mesmo dos seus corpos. Como mera entidades biológicas, cada uma com a sua vontade de viver separado e se expandir, aparentemente não valemos nada; não passamos de pó. Porém, como membros do corpo de Cristo, como pedras e pilares do templo, temos a certeza da nossa própria identidade eterna e devemos viver para nos lembrar das galáxias como uma lenda antiga.

[C. S. Lewis]
- de The Weight of Glory [Peso de Glória]

Nenhum comentário: