18 de março de 2014

COMPLETAR A CARREIRA


Domingo passado fomos fazer uma trilha leve de bike. Fiz um percurso no googlemaps e vi que daria em torno de 50km de trilha mais o que o pessoal percorreria de casa até o ponto de encontro. Daria para encarar! Encaramos! E foram os 60 km mais insanos que percorri nos últimos tempos. Chegamos na metade do percurso num distrito chamado São Luiz e estávamos inteiros. Ali tínhamos que escolher entre voltar por um caminho que já havíamos percorrido, portanto, conhecido ou se seguiríamos rumo ao desconhecido. Como estávamos bem, resolvemos encarar o que viria, mesmo com conselhos de amigos mais experientes dizendo que este seria a parte mais pesada do trajeto. Chegamos num rio e ali enfrentamos nosso primeiro gigante: uma subida na qual descobri porque existe a coroa pequena de uma mountain bike. Depois desta, encaramos outras subidas ignorantes, falta de água, cansaço extremo e um sol escaldante. Demoramos quase 3 vezes mais para percorrermos os últimos 30km do que os primeiros 30. Nossas esposas não ficaram muito contentes conosco, pois não chegamos para o almoço. Andamos algumas partes junto com aqueles que não aguentavam mais. Quando chegamos na cidade, nos demos conta que ainda faltavam mais uns 10km para chegarmos em casa. Até meu velho ficou cansado nesta brincadeira.
E quando você fica tanto tempo fazendo a mesma coisa, você começa a pensar. Podemos usar este tipo de experiência para pensarmos o que Paulo diz


Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé

A carreira que Paulo se refere é a nossa vida. Mas para exemplificar, vou usar esta trilha. 
A trilha é o caminho que nos foi proposto percorrer. Muitos largam com bastante gás achando que o caminho todo é como o começo, outros vão economizando a energia, pois não sabem o que encontrarão pela frente. O caminho não é sempre igual, sempre vem as subidas, algumas íngremes, com pedras soltas e buracos. Cada um a vence da forma como consegue, seja pedalando mesmo, seja empurrando a bike, e alguns (o que não foi nosso caso) retornam. Acham a subida difícil demais e voltam pelo caminho que já conhecem. Eles desistem. 
Mas completar a carreira é tocar sempre em frente, sabendo do seu alvo. É focar no alvo, ir em frente, enfrentar as dificuldades. A cada descida que tínhamos, sabíamos que viria uma subida pela frente. Mas isso não nos parou!
Seguir a carreira em equipe é andar com aquele que está com dificuldade, não é correr na frente. É dar ânimo, incentivar, motivar. Uma hora, os papéis se inverterão e será você que estará precisando de ânimo. Andar em equipe é ter alguém que puxa e outro que empurra, é quando todos tem o mesmo objetivo e saber que se alguém ficar para trás, o objetivo não será completo.
Neste último domingo aprendi que precisamos ser constantes no andar, ter muita força nos momentos de fraqueza, ter a mente focada no propósito e saber que o prêmio no final será recompensador. Saber que tudo que é feito durante a carreira irá interferir em como ela será terminada. É importante ter zelo, cuidado e temor, não subestimar os gigantes, respeitá-los e vencê-los, para no fim, dizermos assim como Paulo: combati um bom combate, encerrei minha carreira e guardei a fé! Na nossa carreira com Cristo não tem espaço para desistentes, mas há um corpo que nos auxiliará em tudo o que necessitarmos para terminarmos melhor do que começamos.
E te digo uma coisa: chegar em casa depois de uma aventura dessa é o melhor sentimento do mundo! Esposas, nós amamos vocês bem mais que nossas bicicletas, podem ter certeza disso e no próximo domingo chegaremos para fazer o almoço :)


Nenhum comentário: