7 de fevereiro de 2013

O ESPÍRITO DE DEUS

|7 DE FEVEREIRO|

A UNIÃO entre o Pai e o Filho é algo tão concreto e vivo que essa própria união é também uma pessoa. Sei que isso é quase inconcebível, mas vamos tentar encará-la da seguinte forma. Você sabe que as pessoas, quando se reúnem em família, clube ou sindicato, falam do "espírito" de família, do clube ou sindicato. Elas dizem isso porque os membros, quando reunidos, realmente desenvolvem formas particulares de falar e comportar-se que não teriam se fossem separados. Parece que esse tipo de reunião traz à existência uma espécie de personalidade comunitária. É claro que não se trata de uma pessoa real; trata-se antes de algo parecido com uma pessoa. Porém, essa é apenas uma das diferenças entre Deus e nós. O que  emana de uma junção entre a vida de um pai e a de um filho é uma pessoa real. Trata-se na realidade da terceira das três pessoas que são Deus.
Essa terceira pessoa chama-se, em linguagem técnica, Espírito Santo ou "espírito" de Deus. Não fique surpreso ou assustado se você achar isso (ou ele) mais vago e mais nebuloso na sua mente do que as outras duas pessoas. Acho que há uma razão para isso ser assim. Na vida cristã você não costuma olhar para ele. O Espírito Santo está sempre agindo por meio de você. Se você imagina o Pai como algo que está "lá fora", na sua frente, e o Filho como alguém que está parado ao seu lado, ajudando-o a orar, tentando torná-lo um outro filho, então deve pensar na terceira pessoa como algo que se encontra dentro de você ou atrás de você. Quem sabe algumas pessoas achem mais fácil começar com a terceira pessoa e trabalhar daí para trás. Deus é amor e esse amor é trabalhado por meio do homem - especialmente por meio da comunidade cristã. Porém, esse espírito de amor é, desde toda a eternidade, um amor que se dá entre o Pai e o Filho.

[C. S. Lewis]
- de Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples]

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