3 de junho de 2013

O QUE OS APÓSTOLOS QUERIAM DIZER

|3 DE JUNHO|

QUANDO os escritores modernos falam da ressurreição, geralmente se referem a um evento distinto: a descoberta de uma cova vazia e o aparecimento de Jesus a poucos metros dela. A história daquele momento é o que os apologetas cristãos tentam defender e o que os céticos tentam de todas as formas impugnar. Porém, essa concentração quase exclusiva aos primeiros cinco minutos da ressurreição teria impressionado os primeiros educadores cristãos. Ao alegar terem visto a ressurreição, eles Não estavam necessariamente reivindicando terem visto o que aconteceu. Alguns deles tinham visto, outros não. Isso não tinha mais importância do que qualquer uma das outras aparições de Jesus ressurreto - sem contar a importância poética e dramática que o começo das coisas sempre tem. O que eles afirmavam é que todos, em um momento ou outro, encontraram Jesus ao longo das seus ou sete semanas que seguiram a sua morte. Parece que alguns deles estavam sozinhos quando isso aconteceu, mas houve uma ocasião em que doze deles o viram; em outra, cerca de quinhentos deles. Paulo diz que a maioria dos quinhentos continuava viva quando ele escreveu a primeira carta aos Coríntios, isto é, por volta do ano 55 depois de Cristo.
A "ressurreição" da qual foram testemunhas não era, de fato, a ação de se levantar dos mortos, mas a condição de ter-se levantado. Uma condição, como confirmavam, atestada pelos encontros intermitentes ao longo de um período de tempo limitado (exceto pelo encontro especial e, de certa forma diferente, conferido a Paulo). O encerramento desse período é importante, pois [...] não há possibilidade de isolar a doutrina da ressurreição daquela da ascensão.

[C. S. Lewis]
- de Miracles [Milagres]

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