6 de junho de 2013

UMA HISTÓRIA MUITO ESTRANHA

|6 DE JUNHO|

NESSE ponto o pavor e o tremor recaem sobre nós à medida que lemos os registros. Se a história for falsa, trata-se pelo menos de uma história bem mais estranha do que estranha do que esperávamos - algo para o qual a religião "filosófica", a pesquisa psicológica e a superstição popular falharam em nos preparar. Se a história for verdadeira, então um novo estilo de vida surgiu no universo.
O corpo que vive nesse novo estilo é parecido, e ainda assim diferente, do corpo que os seus amigos conheciam antes da execução. Ele se relaciona de modo distinto com o espaço e provavelmente com o tempo, mas de maneira alguma está desconectado deles. Ele pode realizar o ato animal de comer. Relaciona-se de forma tal com a matéria, como a conhecemos, que pode ser tocado, embora no início fosse melhor não tocá-lo. Existe também uma história à sua frente que se manifesta desde o primeiro momento da ressurreição: irá tornar-se diferente ou partir par algum lugar. Eis porque a história da ascensão não pode ser separada daquela da ressurreição. Todos os registros sugerem que os aparecimentos do corpo ressurreto chegaram a um fim; alguns descrevem um fim abrupto aproximadamente seis semanas depois da morte. Eles descrevem esse fim abrupto de uma forma que traz mais dificuldades para a mente moderna do que qualquer outra parte das Escrituras. Aqui, certamente, encaramos a implicação de todas aquelas basicalidades primitivas com as quais os cristãos não estão comprometidos: a ascensão vertical como de uma balão, o céu local, a cadeira decorada à direita do trono do Pai. "Ele foi recebido nos céus", diz o evangelho de Marcos, "e assentou-se à destra de Deus". "Foi elevado às alturas", diz o autor de Atos, "e uma nuvem o encobriu dos seus olhos".

[C. S. Lewis]
- de Miracles [Milagres]

Nenhum comentário: