10 de agosto de 2013

EU PROMETO

|10 DE AGOSTO|

A IDEIA de que "estar apaixonado" é a única razão para se continuar casado realmente não deixa espaço para o casamento ser visto como um contrato ou uma promessa. Se o amor é tudo que há, então a promessa não terá mais nada a acrescentar; e se ela não acrescenta nada, então nem deveria ser feita. O mais curioso é que o próprio casal que se ama, enquanto está realmente apaixonado, sabe disso melhor do que os que ficam falando de amor. Chesterton dizia que quem está apaixonado tem uma propensão natural em se envolver em promessas. Todas as canções de amor por todo o mundo são cheias de juras de fidelidade eterna. A lei cristã não impõe nada à paixão amorosa que seja estranho à própria natureza dessa paixão; só o que se exige é que os amantes levem a sério algo que a paixão os leva a fazer.
E é claro, a promessa que fiz quando estava apaixonado, e porque estava apaixonado, de ser sincero com o outro enquanto eu viver, faz com que eu seja sincero mesmo que eu não esteja mais apaixonado. Uma promessa deve referir-se a coisas que eu possa fazer, a tomadas de ação; ninguém pode prometer ter o mesmo sentimento por toda a vida. Da mesma forma como também não se pode prometer não ter dor de cabeça ou sempre sentir fome.

[C. S. Lewis]
- de Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples]

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