11 de dezembro de 2013

INDO AOS EXTREMOS

|11 DE DEZEMBRO|

Screwtape explica a utilidade do extremismo

EU NÃO esqueci a minha promessa de considerar se devemos tornar o paciente um patriota extremo ou um pacifista radical. Todos os extremos, exceto o da devoção ao Inimigo [Deus], devem ser encorajados. Nem sempre, mas nesse momento. Algumas épocas se mostram calmas e indiferentes, então o nosso negócio é embalá-los em um sono ainda mais profundo. Outras épocas, sendo a presente uma delas, mostram-se desequilibradas e propensas a facciosidade, e então nossa vantagem está em inflamá-la ainda mais. Qualquer grupo pequeno firmemente atado por um interesse em comum, que outras pessoas desgostam ou ignoram, tende a desenvolver dentro de si uma admiração mútua, e em relação ao mundo externo, um montante de orgulho e ódio que são recebidos sem qualquer vergonha, porque a "causa" é o seu patrocinador e as pessoas a consideram impessoal. Mesmo se o pequeno grupo existe originalmente para os propósitos do Inimigo [Deus], isso continuará sendo verdade. Queremos que a igreja continue pequena não apenas no sentido de que menos pessoas possam conhecer o Inimigo [Deus], mas também que aqueles que o conhecerem adquiram a intensidade inquietante e a justiça própria defensiva que caracterizam as sociedades secretas ou os partidos. A Igreja propriamente dita é, evidentemente, bastante protegida e nós jamais sucederemos em lhe atribuir todas as características de uma facção; mas facções subordinadas a ela já produziram resultados admiráveis, desde os partidos que se criaram em torno de Paulo e de Apolo em Corinto, até os das várias denominações em todo o mundo.

[C. S. Lewis]
- de The Screwtape Letters [Cartas do Diabo a seu Aprendiz]

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