29 de janeiro de 2013

ATO FALHO

|29 DE JANEIRO|

Ó Deus, protetor de todos os que em ti confiam, sem o qual nada é forte, nada é santo: Aumente e multiplique sobre nós a sua graça para que possamos passar, por meio de sua legislação e condução, pelas coisas temporais, a fim de não perder as coisas eternas. Rogamos por isso, ó Pai celestial, por amor de Jesus Cristo, nosso Senhor, amém.

HÁ algum tempo, quando eu estava fazendo a súplica acima, peguei-me num ato falho. Eu pretendia orar para que Deus deixasse passar de mim as coisas temporais, a fim de que, em última instância, eu não perdesse as coisas eternas. E me vi orando para que Deus me fizesse passar pelas coisas eternas para que, no final das contas, não desperdiçasse as coisas temporais. É claro que eu não acho que um ato falho seja pecado. Não tenho nem sequer certeza de ser um freudiano convicto o suficiente para acreditar que todos esses atos, sem exceção, sejam profundamente significativos, mas acredito que alguns deles o sejam e que esse era um deles. Eu pensava que o que eu havia dito de forma inadvertida expressasse quase exatamente o que eu desejava de fato.
Quase exatamente; não, é claro, precisamente. Eu nunca fui estúpido o bastante para pensar que o eterno poderia, estritamente, ser "passado para trás". O que queria mesmo deixar para trás, sem prejuízos às coisas temporais, eram aquelas horas ou aqueles momentos em que eu atentei para o eterno e me expus a ele.

[C. S. Lewis]
- de The Weight of Glory [Peso de Glória]

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