7 de novembro de 2013

OFERECENDO A OUTRA FACE?

|7 DE NOVEMBRO|

HÁ TRÊS maneiras de se entender o mandamento de oferecer a outra face. Uma é a interpretação pacifista: ele significa o que está dizendo literalmente - o dever da não-resistência em relação a todos os seres humanos em qualquer circunstância. Outra é a interpretação reducionista: o mandamento não quer dizer exatamente o que está dizendo; trata-se, antes, de alguma forma oriental exagerada de dizer que você deveria suportar muita coisa e ser convincente. Tanto você quanto eu concordamos em rejeitar essa visão. O conflito se dá, portanto entre a interpretação pacifista e uma terceira que proporei agora. Acredito que o texto queira dizer exatamente o que diz, mas com uma margem compreensível a favor daqueles casos claramente excepcionais, que todos naturalmente considerariam exceções, sem que fossem necessário citá-los. [...] Isto é, na medida em que os únicos fatores relevantes no caso forem uma injúria praticada contra mim por meu próximo e um desejo de retaliação da minha parte, então creio que o cristianismo ordena a mortificação absoluta desse desejo. Não se deve dar o mínimo de atenção àquela voz dentro de nós que diz: "Ele fez isso comigo, então devo fazer o mesmo com ele". 

[C. S. Lewis]
- de The Weight of Glory [Peso de Glória]

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